Maturidade Espiritual e o Amor Ágape
Recebimento e Estabelecimento de Visão
Um dos estágios desafiadores em nossa vida espiritual é o tempo de transição entre ser chamado e ser estabelecido. Podemos receber de Deus um chamamento, mas precisamos crescer espiritualmente para cumprimos a visão dada por Deus. Em outras palavras, uma coisa é recebermos uma visão dos céus, outra coisa é executarmos a visão. Este tempo entre o recebimento e o estabelecimento de um chamado ou de uma visão tem um propósito maravilhoso escondido em Deus: a geração da maturidade espiritual, sendo a palavra espiritual no original, algo não carnal ou não humano.
Maturidade Espiritual
Assim como existe a criança natural, também existe os imaturos espirituais. Da mesma maneira que existe o adulto natural, também há o adulto espiritual. A idade natural não é necessariamente proporcional a idade espiritual. O relógio natural é diferente do espiritual. O menino espiritual tem um modo de falar, sentir e pensar em relação ao amor de Deus (1 Co 13), centrado ainda em si mesmo. Quando crescemos espiritualmente, uma transformação no nosso modo de falar, sentir e pensar ocorre e avançamos em maturidade e amor. Aprendemos a como andar no Espírito e não pelos sentidos naturais.
“Quando eu eram menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino (1 Co 13.11).”
“Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aquele que, pela prática, têm suas faculdade exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hb 5.13,14)
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz […].” (Ef 4.1-6).
“Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todo os que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hb 5.7-10)
Realidades do Amor Divino
A Bíblia relata diferentes palavras no original para a palavra “amor”, e uma das passagens mais significativas sobre o tema foi o diálogo de Jesus, após ter morrido e ressuscitado, com Pedro (ler Jo 21). A amor ágape é o amor divino, um amor sacrificial, ao ponto de entregar a sua vida, não esperando nada em troca. Por outro lado, o amor fileo, significa o amor humano entre amigos.
“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me (com o amor ágape) mais do que este outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo (com o amor fileo) . Ele lhe disse: Apascenta os meu cordeiros.
Tornou-lhe a perguntar pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas (com o amor ágape)? Ele lhes respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo (amor fileo). Disse-lhes Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.
Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas (amor fileo)? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo (amor fileo). Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21.15-17)
O amor divino, sacrificial, tem como fonte a pessoa de Jesus. Quando Ele se entregou até a morte, Ele se revelou a expressão e fonte única do amor ágape do Pai.
Só podemos avançar na experiência do amor divino (amor ágape), se tivermos intimidade com Cristo, através do relacionamento vivo com o Espírito Santo. Não somente Ele vai nos levar para uma libertação de nós mesmo, mas amadurecerá nossas vidas em amor.
Precisamos iniciar para a prática do amor com o que temos (o amor fileo) e Deus derramará o amor divino (ágape) em nosso coração.
Conclusão
A maturidade espiritual é o caminho da libertação do nosso egoísmo, sempre nos levando para a morte de nós mesmo e vida para nossos semelhantes, a prática do amor ágape. Não existe espaço para fazermos a obra de Deus centrados em nós, mas nEle. Nesta realidade individualista o amor não flui (1 Co 13). É necessário uma transformação no nosso modo de falar, sentir e pensar e certamente Deus derramará o seu amor em nós. Quando essa transformação acontece, estamos amadurecendo espiritualmente.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana (envaidece, gaba-se), não se ensoberbe-se, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus próprios interesses, não se exaspera (irrita), não ressente do mal (perdoa); não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Co 13.4-7)
Senhor, liberta-nos de nós mesmos!